quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Vinde a mim (Dance of Days)

O sol que aquece meu corpo ofusca
meu olhar, mas não mais o temo.

Agora sei que meus passos no escuro
enfim me levaram além do mito que em dias que pensei estar tão certo

me fez sangrar por meus olhos ao não ver nada além do medo e da dor.

"Pobre criança te ajoelhes e chores por crimes
que nunca imaginou ter cometido.

Peça o perdão pagão e vinde aos braços que te aguardam pra
roubar-te a inocência e dar-te a dor da angústia e da
incerteza".

Tantas vezes pensei andar em plumas
tropeçando sobre brasa e lanças
e ouvi tua voz dizer que um dia iria ter
a paz que sei,
nunca guardaste pra mim.

E ouvi teus profetas a me dizer que não há fim em tua bondade

caminhando entre a peste que corrói teus filhos
e o olhar faminto e sem vida dos que beijam teus pés.

Não posso mais tocar-te porque deixei de crer em teus brados heroicos.
Adeus, agora que sei que nas mais altas montanhas

o vento é bem mais forte
e tua sombra não mais queima
quem ousa te olhar nos olhos
e ver que teus castelos são de areia

e que não há nada além de tinta
e sangue em tuas
escrituras.

sábado, 10 de outubro de 2015

Horizontes de Outono (Dance of Days)

Cada vez que te encontro
eu me perco em devaneios
na embarcação que me leva sem destino
ao oceano destes dias
em que avistei tantos portos
que meu diário de bordo
é incapaz de saber dizer
quanto tempo faz que eu nem sei se eu...
Eu nem sei se vou saber mais voltar.

Meu encanto se foi com o vento
e partiu-se em pétalas
que dançam ao redor de teu farol
a implorar pelo apreço de teu olhar
quando o orvalho em que minha nau navega
não pode mais esconder
ser das lágrimas dos anos que perdemos
mudando nossos rumos
e rasgando nossas velas
pra prosseguir a esmo.

E é fato que não sabemos
se voltaríamos a encontrar
o que deixamos o tempo ruir
fechando os olhos
mas mesmo assim eu...
mesmo assim eu... queria tentar.

Náufrago com o corpo cansado
no breu aguardo a tempestade
decidir se me atira outra vez as tuas praias
ou se enfim me leva às rochas
pra descansar.

E é tudo tão covarde...
deixar morrer as chances
por medo que barcos de papel não suportem
as cargas clandestinas
que fingimos não acumular com o tempo...

E é tudo tão impossível
que ateamos fogo nos remos.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Black tangled heart (Silverchair)

Talvez sua sorte tenha mudado,
acalmado
Talvez eu seja apenas um desordenado
Em todos os ressaltos
Talvez o amor fosse a coisa
Me segurando pra trás
Talvez eu seja simplesmente a coisa
Para causar minha própria queda
Pegue a corda para o meu coração e caia
Você deve ser o ultimo, antes de
ver o coração negro enjaulado cair

Talvez a partida seja boa
Deixe espaço para mais
Comece a super-produzir
Por uma chance de ignorar
Talvez você se mate
Antes de eu chegar
Talvez eu me apaixone
E nunca aprenda

Pegue a corda para o meu coração e caia
Você deve ser o ultimo antes de
ver o coração negro enjaulado cair

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Nós dois derretidos em um só

Nós fomos derretido em um só
Não podemos mais separar
Mas pelos meus pensamentos, iremos
Tu foi mudada para outro
Mas pelos meus pensamentos iremos mudar até o dia da nossa morte
Mas estamos derretido em um só
Não podemos mais separar
Porque mesmo que meus pensamentos mudem
E um 'nós' já não exista
Meus pensamentos irão mudar até o dia da nossa morte

Tu é o meu pulso fortemente latejante
Isso faz meu sangue circular
Com cada batida de cada segundo
Tu vai seguir o ritmo do coração

Tu é o centro de gravidade dos meus pensamentos
Minha leveza quando me sinto pesado
E se eu flutuar sem motivo
Tu vai bater o ritmo do meu coração

Pois nós fomos derretidos em um só

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Alguém de valor

Eu tento soar natural
quando tudo é só por vício.
Mas eu não consigo.
Tento não mentir pra ter pudor.
Não pensar sempre em mim.
Mas eu não consigo.
Eu tento amor sem sentir dor.
Odiar sem ter amor.
Mas eu não consigo.
Eu tento ser alguém melhor.
Juro, eu tento ser melhor.
Mas eu não consigo.
Me diz por quê 
costurar tais pontos que não vão se curar,
não vão se fechar…
Me diz por quê 
insistir tanto em ser alguém de valor.
Alguém de valor… não sou.
Me traz só mais um copo então
dessa porra que me torna um cão.
Porque eu não consigo.
Quero teu cuspe em redenção.
Estar cego em tua escuridão.
Eu só não consigo.
Ave maria, isso cheira a desgraça
e não me deixa solução

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Em Pasárgada ainda tem tudo?

Essa escrita se deu por eu estar precisando desabafar
e me foi aconselhado rever pessoas do passado e saber o que mudou e o que melhorou
tanto nessas pessoas, quando eu mim
eu nunca imaginei que iria me ver em textos alheios depois de tanto tempo.
Textos qual um deles me pergunta sobre "cadê o ferfo bocó de verdade e como estaria vivendo
todos amigos do passado..."


E é, Pink. O ferfo tem morrido em velocidades instantâneas
Só sobrou a parte bocó que se manteve em um looping de erros e merdas
E agora só me resta chorar e lamentar enquanto eu afundo mais
apesar de estar conversando bastante com nossa "analista de cadeia" (rs)
e estar tentando uma melhora.
Me pego em momentos como hoje...
De total desespero, enquanto vejo acontecer a coisa que eu mais temia
Eu amei, eu errei, continuei amando de verdade, amei mais, melhorei minhas merdas
e não adiantou...
Hoje, enquanto estou aqui escrevendo isso, ela está com outro em algum lugar
Comemorando seu pouco tempo juntos...
Linda e intocável, infelizmente bem feliz, dormindo no peito dele
Como fazia no meu
E meu corpo não esfria, e a todo momento eu sinto os mesmo cheiros que sentia a um mes atrás
Acordo querendo contar sobre o ótimo sonho que acabei de ter, sinto ela ao meu lado
Mas ao firmar meus olhos me vejo sozinho

Sabe aquele Fernando que você odiava, que se perdia olhando pro além
enquanto tu contava seus casos.
Tenho percebido que em todos meus momentos sociais eu tenho ligado esse piloto automático
os outros momentos, tenho me escondido atrás de estudos que nunca gostei.
Estudar física até a cabeça doer é melhor que chorar até a cabeça doer

Pra eu melhorar minhas projeções futuras, nada melhor que não pensar muito no passado
Controverso isso né!?

Mas não era pra ela ser meu passado... Eu queria o futuro... Eu queria saber como não amar
Eu queria saber como fazer ela deixar de ser tão teimosa...
ou desfazer as macumbas da vida.
Ou melhor... fazer uma pra ela desencantar das tretas dela lá...

Sobre nossa "analista de cadeia" parece mesmo que o mundo virou né!?
Eu quem segurava as pontas dela, hoje tenho que me abrir com ela, pra eu não explodir...
(praga rogada pelo seu namorado emocore haushua... que sempre dizia que eu ia pagar os choros dela com juros)

Ser triste incomoda as pessoas.
Eu tenho tentado lidar com isso.
E pensar que a única tristeza minha será o dia de colher sangue (o que vai ser cada vez mais normal na minha vida
agora)
Rezar pra não me decepcionar mais com as pessoas, ao ver que um exame deu merda
na verdade por culpa da minha cabeça que só saber ir pro pior lado paranoico possível
E eu não consigo pegar uma enfermeira boa em me atender...
a ultima deu uma porrada com a agulha, e pegou meu nervo, e até paralisou meu braços por um momento... uma puta dor
posso até apostar que a agulha saiu meio torta

Mas as noites de fim de semana só provam o quanto é uma merda ficar nesse piloto automático
Que ficar esperando o que não vem, sempre vai me matar mais a cada noite fria de sábado
A noite de ontem foi como um fim de temporada de The O.C

ah, depois de ler seus textos, eu andei lendo nossas conversas de msn, e alguns tweets antigos
que por sorte tinha salvo no email
Como nós nos conhecíamos tão bem...
E como tu sempre me aconselhou tão bem, e sempre previu bem algumas coisas reservadas a mim...
E, como tu disse "não importa se chove, se brilha... se abandonou uma vez, sempre abandonará"

Sabe, pink, eu volto a achar que tudo é mesmo descartável...
Mas a verdade é que sempre fiz parecer mais legal do que era.
Por medo de que as pessoas que gosto não gostassem de mim.
O que dói mais é que não ficou nada de consideração.
E que comecei ajeitar tudo que me foi cobrado, pouco importou...
foi cobrado por cobrar, e já existiam mais desculpas pra desfavorecer minha melhora
Eu já tinha dado de bandeja todas as cartas de abandono da minha vida

eu queria falar mais dos amigos do passado.
Dos cafés que tomávamos fingindo ser adultos
De tocar cada poça dessa rua tem um pouco de minhas lágrimas
Da vez que perdeu seu tênis no boeiro (HAHAHAHAHAHAH)
Mas eu não sei por onde anda ninguém
Todos os que nos conheceram de verdade hoje estão sumidos por ai
(saudades da comunidade do franjas, e da lenin, de três)

Acho que é só isso... (não sei como terminar, e pra me fuder mais... começou tocar halleluja)

Ah, não perguntou mas...
Sobre a "Todavia" (android 18... espero que se lembre), ela se tornou uma linda pessoa...
Ela é tudo que eu nunca consegui ser como humano...

E sobre a "Shannyn Sossamon", não fique com raiva por falar tanto dela...
Nesse momento só tenho conseguido pensar nessas merdas...
E aah... é tudo culpa minha
eu já não sou o melhor pra ninguém...


Obrigado por mesmo de longe estar acompanhando um pouco de mim
Eu não poderia esperar nada mais de alguém tão maravilhoso quanto tu és
Teu segredo está a salvo comigo
Eu sei de toda limitação... e enfim
fique firme... é por amor

meu email ainda é o mesmo... entre em contato =*

terça-feira, 7 de julho de 2015

Her

Ela é tão bonita, foda-se a auto compaixão, eu me sinto uma merda
Eu quero falar com ela com um ataque de ciúmes
Mas se ela responder dizendo qualquer coisa, eu vou sorrir, eu sei
O que eu faço sozinho, sento na minha sala por alguns dias
Jogo Xbox, e empilho um monte de meias molhadas, foda-se isso
Meu mano pergunta, "O que aconteceu e tal?"
Eu poderia difamar o nome dela, e então dizer que provavelmente transei com ela
Ou poderia apenas lhe dizer a verdade, e apenas dizer que ela não gosta muito de mim
Ao invés de mentir e dizer que ela se mudou pra Nebraska

(É essa garota)
Mas ela não é minha

sábado, 13 de junho de 2015

Fine on the outside


Eu nunca tive amigos homens enquanto crescia
Então eu aprendi a ficar bem comigo mesmo
Apenas eu, apenas eu, apenas eu

E eu vou ficar bem lá fora

De qualquer maneira, eu gosto de comer sozinho na escola
Então é por isso que fico aqui
Ficar aqui, ficar aqui, ficar aqui

E eu vou ficar bem lá fora

Então eu sento no meu quarto
Depois de horas com a lua
E penso se alguém sabe meu nome
Você choraria se eu morresse?
Você lembraria do meu rosto?

Então eu deixo meu lar
Pego minhas coisas e me mudo para longe
Um dia do meu passado
Eu ria
Eu ria, eu ria, eu ria

Eu acho que vou ficar bem lá fora

Às vezes me sinto perdido, às vezes me sinto confuso
Às vezes acho que não estou bem
E eu choro, e eu choro, e eu choro

Então eu sento no meu quarto
Depois de horas com a lua
E penso se alguém sabe meu nome
Você choraria se eu morresse?
Você lembraria do meu rosto?

segunda-feira, 25 de maio de 2015

April (Tesseract)

Uma luxuria pela possessão profundamente enraizada
O por-do-sol moderno me quebra
Eu gosto de ver coisas queimando, calma e gentilmente
Preciso ver ela abusada até estar satisfeito

Nunca..

Vejo hoje a noite por olhos ensanguentados
Esperarei até você me ver aqui
Deixado tão sozinho
Despido de noite, pecado abandonado
Você não significa nada, nada
Não, você não significa nada para mim
Não vai se sentir mal enquanto estraga tudo?

Me deixa doente saber que ela tem o bastante
Tempos em tempos novamente
Você vê essa noite por olhos ensanguentados
Você não significa nada, nada
Não, você não significa nada para mim
Eu nunca direi uma palavra disso eu juro
Nunca...

Eu espero que saiba
Eu vivo essa noite através de metadona
Essa vida acabou

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Camposanto 300 Km por Hora (Mister Hyde Mode On)

Irmã, nasci predestinado
Não me faz ajuda a sedução 
por tudo que me faz mal e me faz errado
Nasci predestinado a correr contra luzes
que me apunhalam demais
pra ver se eu cuspo este apetite voraz
de quem nunca soube respirar
sem sentir tantas farpas
de quem nunca soube respirar
sem o sangue na garganta

Faminta irmã, por onde fores devoras esta sina
afasta o cancro que queima e toma minha alma vadia, maldita, sedenta e seca demais
arranca a ferida e esfola a carne fugaz
de quem nunca soube respirar
sem sentir tantas farpas
de quem nunca soube respirar
sem o sangue na garganta

Eu que te quis sempre, ó, escarlate asfixia
Desculpa, a amarga falha entorpece-me a busca
porque nunca soube respirar
sem sentir tantas farpas
porque nunca soube respirar
sem o sangue na garganta

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Passive ( A perfect circle )

Tão morto quanto um morto pode estar
O doutor me disse
Mas eu não posso simplesmente acreditar nele
Sempre o único otimista
Eu tenho certeza de sua habilidade
Para tornar-se meu inimigo perfeito

Acorde, e me encare
Não finja-se de morto, pois talvez
Algum dia eu vá embora e diga:
Você me decepciona
Talvez você esteja melhor desse jeito

Debruçando me sobre você
Frio e catatônico
Eu tive um breve vislumbre
Do que você poderia e deveria ter sido
É seu direito, e sua habilidade
Tornar-se meu inimigo perfeito

Acorde... porque você não pode?
E me encare... vamos, agora!
Não finja-se de morto
Pois talvez
Algum dia
Eu vá embora e diga:
Você me decepciona
Talvez você esteja melhor desse jeito

Vá em frente e finja-se de morto
Eu sei que você pode ouvir isto
Vá em frente e finja-se de morto
Porque você não pode virar e me encarar?
VOCÊ ME DECEPCIONA PRA CARALHO!

...Besteira passiva agressiva

domingo, 26 de abril de 2015

"Você abre a porta e entra
Esta dentro do seu coração
Imagine que a sua dor é uma bola de neve que vai curar você
Esta é sua vida
É a última gota para você
Melhor do que isso não pode ficar
Esta é sua vida
Que acaba um minuto por vez
Nem um retiro de fim de semana
De onde você estar não pode imaginar como será o fundo
Somente após uma desgraça conseguirá despertar
Somente depois de perder tudo, poderá fazer o que quiser
Nada é estático
Tudo é movimento
E tudo esta desmoronado
Esta é sua vida
Melhor do que isso não pode ficar
E ela acaba um minuto por vez
Você não é um ser bonito e admirável
Você é igual a decadência reflectida em tudo
Todos fazendo parte da mesma podridão
Somos o único lixo que canta e dança no mundo
Você não é sua conta bancaria
Nem as roubas que usa
Você não é o conteúdo de sua carteira
Você não é seu câncer de intestino
Você não é o carro que dirige
Você não é as suas malditas calças
Você precisa desistir
Você precisa saber que vai morrer um dia
Antes disso você é um inútil
Será que serei completo?
Será que nunca ficarei contente?
Será que não vou me libertar das suas regras rígidas?
Será que não vou me libertar de sua arte inteligente?
Será que não vou me libertar do pecado e do perfeccionismo?
Digo: você precisa desistir
Digo: evolua mesmo se você desmoronar por dentro
Esta é sua vida, melhor que isso não pode ficar
E ela acaba um minuto por vez
Você precisa desistir
Estou avisando que terá sua chance."
(Tyler Durden: Fight Club - livro)

domingo, 19 de abril de 2015

Dar um Tempo

Não conheço algo mais irritante do que dar um tempo, para quem pede e para quem recebe.
O casal lembra um amontoado de papéis colados.
Papéis presos.
Tentar desdobrar uma carta molhada é difícil.
Ela rasga nos vincos.
Tentar sair de um passado sem arranhar é tão difícil quanto.
Vai rasgar de qualquer jeito, porque envolve expectativa e uma boa dose de suspense.
Os pratos vão quebrar, haverá choro, dor de cotovelo, ciúme, inveja, ódio.
É natural explodir.
Não é possível arrumar a gravata ou pintar o rosto quando se briga.
Não se fica bonito, o rosto incha com ou sem lágrimas.
Dar um tempo é se reprimir, supor que se sai e se entra em uma vida com indiferença, sem levar ou deixar algo.
Dar um tempo é uma invenção fácil para não sofrer.
Mas dar um tempo faz sofrer pois não se diz a verdade.

Dar um tempo é igual a praguejar "desapareça da minha frente".
É despejar, escorraçar, dispensar.
Não há delicadeza. Aspira ao cinismo.
É um jeito educado de faltar com a educação.
Dar um tempo não deveria existir porque não se deu a eternidade antes.
Quando se dá um tempo é que não há mais tempo para dar, já se gastou o tempo com a possibilidade de um novo romance.
Só se dá o tempo para avisar que o tempo acabou.
E amor não é consulta, não é terapia, para se controlar o tempo.
Quem conta beijos e olha o relógio insistentemente não estava vivo para dar tempo.
Deveria dar distância, tempo não.
Tempo se consome, se acaba, não é mercadoria, não é corpo.
Tempo se esgota, como um pássaro lambe as asas e bebe o ar que sobrou de seu vôo.
Qualquer um odeia eufemismo, compaixão, piedade tola.
Odeia ser enganado com sinônimos e atenuantes.
Odeia ser abafado, sonegado, traído por um termo.
Que seja a mais dura palavra, nunca dar um tempo.
Dar um tempo é uma ilusão que não será promovida a esperança.
Dar um tempo é tirar o tempo.
Dar um tempo é fingido. Melhor a clareza do que os modos.
Dar um tempo é covardia, para quem não tem coragem de se despedir.
Dar um tempo é um tchau que não teve a convicção de um adeus.
Dar um tempo não significa nada e é justamente o nada que dói.

Resumir a relação a um ato mecânico dói.
Todos dão um tempo e ninguém pretende ser igual a todos nessa hora.
Espera-se algo que escape do lugar-comum.
Uma frase honesta, autêntica, sublime, ainda que triste.
Não se pode dar um tempo, não existe mais coincidência de tempos entre os dois.
Dar um tempo é roubar o tempo que foi.
Convencionou-se como forma de sair da relação limpo e de banho lavado, sem sinais de violência.
Ora, não há maior violência do que dar o tempo.
É mandar matar e acreditar que não se sujou as mãos.
É compatível em maldade com "quero continuar sendo teu amigo".
O que se adia não será cumprido depois.


(estava lendo o livro "O amor esquece de começar" do Fabrício Carpinejar e achei que essa crônica diz bastante do que penso...)

sábado, 18 de abril de 2015

No Ceiling (Eddie Vadder)


Vem a manhã
Quando eu posso sentir
Que não há nada a ser ocultado
Movendo-se em uma cena surreal
Não, meu coração nunca, nunca estará longe daqui

Tão certo quanto estou respirando
Tão certo quanto estou triste
Manterei essa sabedoria na minha carne
Saio daqui acreditando em mais do que antes
E há uma razão pela qual, uma razão pela qual estarei de volta

Enquanto ando pelo hemisfério
Tenho vontade de subir e desaparecer
Já fui ferido, já fui curado
E para descarregar já fui, já fui autorizado

Tão certo quanto estou respirando
Tão certo quanto estou triste
Manterei essa sabedoria na minha carne
Saio daqui acreditando em mais do que antes
Esse amor não tem limites

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Somos (Karnivool)

Eu sei que há algo de errado, pare, decida-se
Orgulho de ver que perdemos mais do que a nossa confiança
E agora não há mais nada, o bem está morto e secou
Essa doença deixou um gosto ruim na nossa taça
E isso mantém-se a fluir
E nos esquivamos de saber
E isso mantém-se a fluir
Esse murmúrio da nossa boca

Quem somos
eu temo a maior parte do tempo
Carregue misturando em ordem e em linha
Quem somos
eu temo a maior parte do tempo
Siga em frente bode expiatório, olhar para a luz
Olhe para a luz
E isso soa familiar por uma boa razão

Quero quebrar o molde em que estamos
Com uma das ferramentas desta pele catatônica
Remova todas as partes
Eu quero que nós encaremos a forma em que estamos
Um mundo de confusão aguarda os nossos filhos e parentes
Reiniciar tudo isso

Bem, isso fere e dói, é assim que está destinado a ser
Bem, isso fere e dói, um preço pequeno a pagar para ser controlado e renascendo como nosso futuro deve ser

Quem somos? 
Temo a maior parte do tempo
Então continuar bode expiatório
olhe para a luz
Eu quero que nós encaremos a forma em que estamos
Um mundo de confusão aguarda os nossos filhos e parentes
Vamos recomeçar tudo
nós somos

Estas palavras de sabedoria vem com a falta de visão
Este é o primeiro dia que eu tive que ficar e testemunhar

Cautela

Estrelado por trás de sua fé
Com tornozelos que rastejam
Ele está segurando a resposta que abomina
Compartilhar é despesa para 24 mortes
Se você por muito tempo tentar ser bom, você virá a ser
Segurando os vidros nas mãos
Mordendo a língua
O tempo se esgotou
Você vai queimar na fogueira
Porque a cautela, ela não mora mais aqui
Porque o sol se drenará, é o preço que você tem que pagar
Você não pode sempre grunhir por muito tempo
O comprador, as algemas, o frio congelante
A bagunça que lhe devora
Porque a cautela... ela não mora mais aqui

sábado, 4 de abril de 2015

Dark side of me (Coheed and Cambria)

Naqueles dias desanimadores eu sempre erro o alvo
Quando estávamos confortaveis e perto eu iria deixar de manter
você segura e não exposta, um retrato de repetições de tempo
Este momento agora substituido tal qual um desejo vazio
Para dar, eu dou, eu dei

Eu dei o meu tudo para todas as coisas erradas
Nesta fria realidade eu fiz esta máquina de guerra egoísta
Isto se tornou o inferno, 
como eu posso compartilhar esta vida com outra pessoa?
Prometo que não há nenhum peso que pode nos enterrar
Sob os fantasmas de todas as minhas culpas
Aqui no meu lado sombrio.
Aqui no lado escuro de mim

Eu não poderia dar-lhe o que você precisava
A culpa é toda minha
Eu sou muito covarde para acreditar que eu perdi tudo

Aqui no meu lado sombrio 

Arco-íris preto

Tu era tudo o que precisávamos
para acreditar em nossa dúvida.
A mágoa que permitiu
Juramos não acreditar nela, encontrar e espalhar por nossas memórias

Tu era tudo o que precisávamos
para acreditar em nossa dúvida
O pior que eu tenho é o medo.
Temos encontrado as linhas fechadas
em um grande desconhecido...
As palavras que deixamos de fora
E todo caminho
Mas você estava com medo
E todo caminho
A única coisa que pode pagar
E todo caminho
Mas estavamos com medo
Desejando que um dia pudéssemos ser forte

Acabou
Chegamos à parte, eu sei, você sabe

Coming apart

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Um facto insuportável (a unbearable fact - The gazettE)

Eu apago as luzes. 
Pensamentos que perecem.
Deformidade do amor. 
Relação de sangue distorcida.

A verdade:

Não consigo lembrar daquele sorriso
Então, não posso ouvir nada.

O vento bate  de maneira cortante e fria contra a janela
Uma utopia abriu-se de repente no fundo de minha consciência

Eu não preciso mais de nada como palavras
A "verdade" é insuportável.

Rasgando minha garganta
Para que ela não comece a transbordar
O que restou foram meus olhos que ficam loucos de desejo.

Eu não preciso mais de nada como palavras
A "Verdade" é insuportável.

Rasgando minha garganta
Eu vi isso na escuridão do meu mundo interior
Meus gostos e desgostos ficam suspensos no ar

Fico emocionado pelo que observo junto com a morte.
Meus olhos ficam loucos devido ao desejo desamparado.

Até que queime...

Uma vida evanescente
Nós escondemos o fim do tempo em nossos sonhos sobrepostos
Mesmo agora, o desejo girando aqui
Começa a fazer a minha mente enlouquecer

Em algum lugar ao longo do caminho, começamos a hesitar
Vamos olhar para um futuro em que destruímos a realidade
Onde fomos retidos
Unimos nossos sentimentos e esquecemos as palavras
Almas refinadas
Heresia da alta tensão

É o último alicerce
Aposto a minha vida
Faça um som tedioso
Tornamo-nos um
Quebre a parede

É delicado como vidro
Eventualmente, ele vai quebrar
É por isso que tem valor
Até que queime

A luz das cores neste cenário insubstituível
Grava o significado de estar aqui
Até o último

Uma vida evanescente
Eu digo para os dias da minha juventude "eu não posso mais voltar"
Mas até agora eu continuo a imaginar o meu sonho
No futuro que roda aqui

Então, enquanto eu viver
Esse sonho não vai acabar
Quebre a parede
Tornamo-nos um

Até que queime

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Cassandra Gemini VIII

O fundo do oceano está oculto de suas lentes...
Eu olhei profundamente à noite...
Toda a vida eu costurei as feridas.
Mas sementes fizeram brotar uma nuvem de lágrimas...

domingo, 8 de março de 2015

Dark long night

Desde o começo eu já sabia, por isso, não sinto tristeza
Aos poucos parece que começo a contar os números

As cores secas da vegetação começam a desbotar e eu começo a não entender o fim das estações

Os dias que traçam as pegadas está chamando os dias em que as pegadas não podem ser ouvidas
Para uma pessoa sem expectativa como eu, o amanhã é uma coisa que eu não posso

Seguindo o som da vegetação secando, sinto o fim das estações
Quando a flor começar a se colorir, o que restará para mim?

A Lua fecha a cortina, mas o Sol me iluminará
Desde o começo eu já sabia, por isso, não sinto tristeza

Mesmo que as noites em claro não terminem mais
Mesmo que a estrela que sempre esteve brilhando aí suma...
Mesmo que todas as luzes que iluminam a cidade se apaguem...
Eu vi o bastante do rosto feliz de quem eu devia proteger, e quem eu amo

A canção da ovelha, em uma noite longa e escura.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Jubilee Street

Na rua do jubileu havia uma garota chamada Bee
Ela tinha uma história, mas não um passado
Quando a desligaram, os russos se mudaram
Agora estou muito assustado até mesmo para andar no passado

Ela costumava dizer:
Todas aquelas boas pessoas na rua do jubileu
Eles devem praticar o que pregam
Aqui estão eles para praticarem o que pregam
Todas aquelas boas pessoas na rua do jubileu
E aqui eu subo a colina
Estou empurrando minha própria roda de amor
Tenho amor em minha barriga e uma dor pequenina
E uma catástrofe de dez toneladas em uma cadeia de 60 euros
E eu estou empurrando minha roda de amor nas ruas do jubileu
Eu olho para eles agora

O problema é que ela tinha um pequeno livro preto
E meu nome estava escrito em cada página
Bem uma garota tem que pagar as contas
Sempre para baixo na rua do jubileu
Eu estava fora de lugar e tempo, e sobre o monte, e fora de minha mente
Na rua do jubileu
Eu devo praticar o que eu prego
Estes dias eu vou para o centro da cidade em minha grava e restos
Eu tenho um feto na coleira

Estou sozinho agora, estou além da recriminação
Cortinas são fechadas, a mobília se foi
Eu estou me transformando, estou vibrando, estou explodindo
Eu estou voando, olhe para mim
Olhe para mim agora

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Bem-vindo À Solidão (Youkoso! Hitori Bocchi)

Como se meus sonhos fossem uma tenda, eu viro do avesso
O padrão de felicidade se torna simples e chato novamente
Assim como o papel que apodrece e fica amarelo
Todas as minhas palavras congelam-se dentro dessa máquina

Bata
Abraçando um espaço silencioso
Batendo nas paredes inutilmente
Deixando tudo por dizer
Abraçando o campo negro do céu noturno
Viajando no infinito universo...
Bem-vindo à solidão

Na cidade deixada no canto do mar
Seu sorriso desaparece em uma sombra verde
Você só fala de arrependimentos para mim
Como othello, ao quebrar a luz

Bata
Transbordando com o desgosto de nossas fantasias
Uma inundação em minha boca, olhos e ouvidos
Os meios de comunicação são absorvidos pelo meu cérebro

Bata
Por causa da perda de gravidade
Eu percebo minha inutilidade vazia...
Bem-vindo à solidão
Solidão...

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

O que eu quero é saber agora é a distância entre você e eu.
Eu que já não tive a coragem de viver em um mundo sem você...
Eu quero aprender tudo
Eu quero aprender a nos misturar
Eu quero aprender a viver

Eu amo o vermelho, o preto e o branco.

Fim

Os dias passam indiferentemente.
Este momento em que o azul profundo do céu
apenas está corroendo os meus dias.
Dependendo de pessoas que eu estava geralmente vendo a frente.

Limpe meus medos, é o meu último desejo.
Eu que não deveria persegui-los...
Eu que não posso repeti-los...

Só podemos nos encontrar novamente se o seu coração conseguir acreditar no meu

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Gotas

Tempo trouxe a manhã para mim
O sol me disse que eu viveria

Embora cobriste minha boca confusa
Palavras de amor escorreram por meus dedos

Acima do céu, jogando sozinho

Quando eu penso em você, meu coração se sente como fosse esmagado
O que faz parecer que ele está prestes a chegar longe, em lugar nenhum

Eu apenas continuei andando sem saber o destino
Essas flores floresceram na terra seca

Embora eu tenha muitas ferramentas para salvar sua vida
Eu não sei de uma única maneira de roubar seu coração de vez

Eu não preciso de um por do sol vermelho, ou qualquer outra coisa
Seria bom apenas ser capaz de continuar tocando você

Você poderia me salvar do incessantemente cair dessa chuva negra
Você certamente será capaz de sobreviver a luta diária

Vou certamente,
certamente ser capaz de sobreviver a luta diária