terça-feira, 19 de julho de 2016

O gênio de nada

Rostos revoltos
Apressados para nascer
Espelhos da ausência
São os teus olhos que olham e não vê
A convicção ilusória que se fixa em tua cabeça
A condição terrível de sua natureza
E no final tu vês tua sombra presa na parede
E no final tu queres desfazer de tua sombra e não pode

O gênio do nada
Não se permite ver
Teu corpo são palavras
Que em sua mente não para de crescer

A pressão decisiva que pesa sobre tuas pernas
A fragilidade das versões que alimentas
E no final tu vês tua sombra presa na parede
E no final tu queres desfazer de tua sombra e não pode

O terror já sentou-se para jantar em tua mesa
Até que caia e desligue sua vergonha
Te pesa
E no final tu vês tua sombra presa na parede
E no final tu queres desfazer de tua sombra e não pode

E no final me vês como alimento de teu erro
Que te faz chorar por não lavar os pecados de teu mar


Não lavar seus pecados em seu mar.

terça-feira, 28 de junho de 2016

Nada selvagem

Não havia amor em sua reação
Nada selvagem, tão pouco original
É talvez a frieza de ritos urbanos

Tu se distancia de mim.

Eu acredito em seu despertar.

Já não há ninguém esperando por mim
Apenas as tuas marcas no vidro.
Nem tudo que brilhou,
voltará a brilhar novamente.

A ficção é como mel para os teus males
A vida em um eterno looping
Parará... Só assim.

Links de textos de algum amor sutil
E eu acredito em sempre e sempre ...

Já não há ninguém esperando por mim
Apenas as tuas marcas no vidro.
Nem tudo que brilhou,
voltará a brilhar novamente.

Os dois estaremos lá
tão perto e tão longe atrás do vidro
Eu sempre vou esperar, veja-me
E gritaremos para saber
Que já não há mais nada.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

If I could

Ela pisou para fora no ar da manhã,
para observar os carros passando e deixar o sol secar seu cabelo.
Eu queria dizer a ela
o quanto és bonita
mas eu simplismente fiquei estático.
Eu sentei atrás do volante
e observei as gotas de chuva
assim que caíam no pára-brisa
e corriam para baixo no motor barulhento.
E ela juntou todos seus medos
como aviões de papel 
e os perdeu nas árvores.
E eu sei que não mereço isso:
A capacidade de sentir
de sorrir a de chorar e de maravilhar-me
pelo que eu vivi e respirei

sábado, 19 de março de 2016

"Querido diário"

Há meses em que estou vivendo uma vida incrível
como meu cerne triste nunca ousou imaginar...
Me rodeio de pessoas quais eu darei o meu melhor,
darei toda minha melhora e empenho
pra que elas nunca saiam da minha vida...
Ontem foi de longe o dia mais incrível da minha vida
E hoje enquanto preparo minha mochila pra mais um dia incrível
Fico sabendo que tu em seu inexplicável ódio procurou saber sobre mim.
Eu queria saber escrever como tempos atrás,
para que tu soubesse sobre mim,
mas como todos sabem, eu não sei escrever quando estou feliz
então eu vou me expressar aqui
no plágio de uma canção chamada 'La despedida'


Já estou curado
Anestesiado
Eu já te esqueci...
Hoje eu digo adeus pra sua ausência
Já estou em paz...
Já não te espero, já não te chamo
Eu já não (me) engano
Hoje eu te excluo de minha paciência
Hoje sou capaz...
No dia em que você me deixou
eu não sabia o que fazer sobre você
Mas já estão domados meus sentimentos
Melhor assim...
Hoje eu zombo da tristeza
Hoje eu já me livrei de suas memórias
Não sinto sua falta
Eu já comecei
Agora estou em paz ...
Estou curado
anestesiado
Eu já te esqueci

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Nós Iremos (Zaz)

Vamos ouvir o Harlem numa esquina de Manhattan
Vamos tostar chá nos souks de Amman
Vamos nadar no leito do rio Senegal
E veremos queimar Bombaim sob as luzes de Bengala

Vamos arranhar o céu sob Kyoto
Vamos sentir a batida do coração no Rio de Janeiro
Vamos levantar os olhos para o teto da Capela Sistina
E brindar no Café Pouchkine

Ah, como é linda a nossa sorte
Nas mil cores do ser humano
Misturadas das nossas diferenças
Na encruzilhada dos destinos

Você é as estrelas, nós somos o universo
Você é um grão de areia, nos somos o deserto
Você é mil frases e eu sou a caneta

Você é o horizonte e nós somos o mar
Você é as estações e nós somos a terra
Você é a orla e eu sou a espuma

Diremos que os poetas não têm bandeiras
Faremos tantos dias de festa como se fossemos heróis
Saberemos que as crianças são as guardiãs da alma
E que haverá tantas rainhas quanto mulheres

Diremos que os encontros fazem as viagens mais belas
Veremos que merecemos o que se compartilha
Escutaremos a musica cantada em todos os lugares
E saberemos dar oque temos de melhor

Ah, como é linda a nossa sorte
Nas mil cores do ser humano
Misturadas das nossas diferenças
Na encruzilhada dos destinos

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Fevereiro (Mineral)

E a neve cai
Derrete antes mesmo de cair no chão
E eu estou aqui ouvindo
o som da sua mão lavando
para frente e para trás através do meu coração imundo
E eu não sei se eu devo dizer "sinto muito" ou "obrigado"
Eu tento falar, mas as lágrimas sufocam as palavras
E acho que finalmente eu sei o que querem dizer
quando falam sobre felicidade

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Tu não vai entender que eu já sei voar

Olhos fechados, desprezar a dor
Sentir a mesma pintura daquelas noites aprazíveis
Sim, elas se sobrepõem a todo amor que imaginei ser absoluto
Olhando para o final das memórias que passam
Cesso-me de lágrimas, imponho serenidade
Minha estrela deslumbrante germinará em um piscar de olhos
Não permitindo a queda outra vez
Pois lamentáveis são os que não conhecem os sentimentos
...
Por ti eu perdi as proeminências dos meus sonhos
Ganhei as alterações mínimas e os alcances das feridas
Já não prefiro o futuro que almejei no passado
Multiplicando minhas armas meu amanhã florescerá
Bem melhor
A cidade desaparecerá em um piscar de olhos fundos e secos
Vagando enquanto uso de meu mantra
Felicidade sim
Ela vai rasgar-me além da dor

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Unfurl (Katatonia)

No centro de cidade as 9 da noite
Assim como você escreveu
E eu tento pensar a respeito
Neve chegando
Tal como antes
Eu vou estar em stand-by

Liberando o vapor
No pulmão
Deixando as asas soltas ao vento
E por um momento me sinto jovem
Eu invoco o pássaro
Solto ao vento

É hora de escolher um lado agora
Isso foi o que você disse
Quando falamos ao telefone
Tão branco nossos olhos
Você está quieta
Você está paralisada?

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Ninguém pode ser eu

Mas, ninguém pode ser como eu.
Inumeráveis noites com rosto choroso
que se seguem de dias de vida incessante
Fitando a frente para um futuro melhor
Por vezes incontáveis me escondi na parte de trás de meu armário.
Outra vez num abrir e fechar de olhos, a minha reflexão
caiu sem esforço em turbulência com minha mudança de coração
Mas inesperadamente, no momento em que fechei os olhos
as coisas já não pareciam tão ruins quanto eu sentia
Mais ninguém pode ser como eu
Esta é uma certeza.
Eu resolvi esses sentimentos sem precisar de recompensa
eu quero apenas viver
Isso é normal, certo?
Meus escudos foram quebrados
eu ouvi a voz da certeza
Posso afirmar que já não estou mais enfurnado em uma concha
Com palavras inefáveis, não mais estou envolto em fumaças
Já não há coisas que podem me proteger
Isso é uma certeza
Eu só quero viver
Ninguém pode me substituir
Agarrando verdadeiramente o hoje para que ele não escape outra vez
e eu possa jogá-lo amanhã com os olhos abertos
Ninguém pode ser eu
Por favor, tu também
Não deixes ser substituído por qualquer pessoa
Não deixes quem tu não és tomar conta
Não tenhas mais medo
Não podemos esperar mais uma noite passar
Hoje é o dia que resolvemos esses sentimentos sem recompensa
Vamos viver... Respirar verdades