domingo, 26 de abril de 2015

"Você abre a porta e entra
Esta dentro do seu coração
Imagine que a sua dor é uma bola de neve que vai curar você
Esta é sua vida
É a última gota para você
Melhor do que isso não pode ficar
Esta é sua vida
Que acaba um minuto por vez
Nem um retiro de fim de semana
De onde você estar não pode imaginar como será o fundo
Somente após uma desgraça conseguirá despertar
Somente depois de perder tudo, poderá fazer o que quiser
Nada é estático
Tudo é movimento
E tudo esta desmoronado
Esta é sua vida
Melhor do que isso não pode ficar
E ela acaba um minuto por vez
Você não é um ser bonito e admirável
Você é igual a decadência reflectida em tudo
Todos fazendo parte da mesma podridão
Somos o único lixo que canta e dança no mundo
Você não é sua conta bancaria
Nem as roubas que usa
Você não é o conteúdo de sua carteira
Você não é seu câncer de intestino
Você não é o carro que dirige
Você não é as suas malditas calças
Você precisa desistir
Você precisa saber que vai morrer um dia
Antes disso você é um inútil
Será que serei completo?
Será que nunca ficarei contente?
Será que não vou me libertar das suas regras rígidas?
Será que não vou me libertar de sua arte inteligente?
Será que não vou me libertar do pecado e do perfeccionismo?
Digo: você precisa desistir
Digo: evolua mesmo se você desmoronar por dentro
Esta é sua vida, melhor que isso não pode ficar
E ela acaba um minuto por vez
Você precisa desistir
Estou avisando que terá sua chance."
(Tyler Durden: Fight Club - livro)

domingo, 19 de abril de 2015

Dar um Tempo

Não conheço algo mais irritante do que dar um tempo, para quem pede e para quem recebe.
O casal lembra um amontoado de papéis colados.
Papéis presos.
Tentar desdobrar uma carta molhada é difícil.
Ela rasga nos vincos.
Tentar sair de um passado sem arranhar é tão difícil quanto.
Vai rasgar de qualquer jeito, porque envolve expectativa e uma boa dose de suspense.
Os pratos vão quebrar, haverá choro, dor de cotovelo, ciúme, inveja, ódio.
É natural explodir.
Não é possível arrumar a gravata ou pintar o rosto quando se briga.
Não se fica bonito, o rosto incha com ou sem lágrimas.
Dar um tempo é se reprimir, supor que se sai e se entra em uma vida com indiferença, sem levar ou deixar algo.
Dar um tempo é uma invenção fácil para não sofrer.
Mas dar um tempo faz sofrer pois não se diz a verdade.

Dar um tempo é igual a praguejar "desapareça da minha frente".
É despejar, escorraçar, dispensar.
Não há delicadeza. Aspira ao cinismo.
É um jeito educado de faltar com a educação.
Dar um tempo não deveria existir porque não se deu a eternidade antes.
Quando se dá um tempo é que não há mais tempo para dar, já se gastou o tempo com a possibilidade de um novo romance.
Só se dá o tempo para avisar que o tempo acabou.
E amor não é consulta, não é terapia, para se controlar o tempo.
Quem conta beijos e olha o relógio insistentemente não estava vivo para dar tempo.
Deveria dar distância, tempo não.
Tempo se consome, se acaba, não é mercadoria, não é corpo.
Tempo se esgota, como um pássaro lambe as asas e bebe o ar que sobrou de seu vôo.
Qualquer um odeia eufemismo, compaixão, piedade tola.
Odeia ser enganado com sinônimos e atenuantes.
Odeia ser abafado, sonegado, traído por um termo.
Que seja a mais dura palavra, nunca dar um tempo.
Dar um tempo é uma ilusão que não será promovida a esperança.
Dar um tempo é tirar o tempo.
Dar um tempo é fingido. Melhor a clareza do que os modos.
Dar um tempo é covardia, para quem não tem coragem de se despedir.
Dar um tempo é um tchau que não teve a convicção de um adeus.
Dar um tempo não significa nada e é justamente o nada que dói.

Resumir a relação a um ato mecânico dói.
Todos dão um tempo e ninguém pretende ser igual a todos nessa hora.
Espera-se algo que escape do lugar-comum.
Uma frase honesta, autêntica, sublime, ainda que triste.
Não se pode dar um tempo, não existe mais coincidência de tempos entre os dois.
Dar um tempo é roubar o tempo que foi.
Convencionou-se como forma de sair da relação limpo e de banho lavado, sem sinais de violência.
Ora, não há maior violência do que dar o tempo.
É mandar matar e acreditar que não se sujou as mãos.
É compatível em maldade com "quero continuar sendo teu amigo".
O que se adia não será cumprido depois.


(estava lendo o livro "O amor esquece de começar" do Fabrício Carpinejar e achei que essa crônica diz bastante do que penso...)

sábado, 18 de abril de 2015

No Ceiling (Eddie Vadder)


Vem a manhã
Quando eu posso sentir
Que não há nada a ser ocultado
Movendo-se em uma cena surreal
Não, meu coração nunca, nunca estará longe daqui

Tão certo quanto estou respirando
Tão certo quanto estou triste
Manterei essa sabedoria na minha carne
Saio daqui acreditando em mais do que antes
E há uma razão pela qual, uma razão pela qual estarei de volta

Enquanto ando pelo hemisfério
Tenho vontade de subir e desaparecer
Já fui ferido, já fui curado
E para descarregar já fui, já fui autorizado

Tão certo quanto estou respirando
Tão certo quanto estou triste
Manterei essa sabedoria na minha carne
Saio daqui acreditando em mais do que antes
Esse amor não tem limites

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Somos (Karnivool)

Eu sei que há algo de errado, pare, decida-se
Orgulho de ver que perdemos mais do que a nossa confiança
E agora não há mais nada, o bem está morto e secou
Essa doença deixou um gosto ruim na nossa taça
E isso mantém-se a fluir
E nos esquivamos de saber
E isso mantém-se a fluir
Esse murmúrio da nossa boca

Quem somos
eu temo a maior parte do tempo
Carregue misturando em ordem e em linha
Quem somos
eu temo a maior parte do tempo
Siga em frente bode expiatório, olhar para a luz
Olhe para a luz
E isso soa familiar por uma boa razão

Quero quebrar o molde em que estamos
Com uma das ferramentas desta pele catatônica
Remova todas as partes
Eu quero que nós encaremos a forma em que estamos
Um mundo de confusão aguarda os nossos filhos e parentes
Reiniciar tudo isso

Bem, isso fere e dói, é assim que está destinado a ser
Bem, isso fere e dói, um preço pequeno a pagar para ser controlado e renascendo como nosso futuro deve ser

Quem somos? 
Temo a maior parte do tempo
Então continuar bode expiatório
olhe para a luz
Eu quero que nós encaremos a forma em que estamos
Um mundo de confusão aguarda os nossos filhos e parentes
Vamos recomeçar tudo
nós somos

Estas palavras de sabedoria vem com a falta de visão
Este é o primeiro dia que eu tive que ficar e testemunhar

Cautela

Estrelado por trás de sua fé
Com tornozelos que rastejam
Ele está segurando a resposta que abomina
Compartilhar é despesa para 24 mortes
Se você por muito tempo tentar ser bom, você virá a ser
Segurando os vidros nas mãos
Mordendo a língua
O tempo se esgotou
Você vai queimar na fogueira
Porque a cautela, ela não mora mais aqui
Porque o sol se drenará, é o preço que você tem que pagar
Você não pode sempre grunhir por muito tempo
O comprador, as algemas, o frio congelante
A bagunça que lhe devora
Porque a cautela... ela não mora mais aqui

sábado, 4 de abril de 2015

Dark side of me (Coheed and Cambria)

Naqueles dias desanimadores eu sempre erro o alvo
Quando estávamos confortaveis e perto eu iria deixar de manter
você segura e não exposta, um retrato de repetições de tempo
Este momento agora substituido tal qual um desejo vazio
Para dar, eu dou, eu dei

Eu dei o meu tudo para todas as coisas erradas
Nesta fria realidade eu fiz esta máquina de guerra egoísta
Isto se tornou o inferno, 
como eu posso compartilhar esta vida com outra pessoa?
Prometo que não há nenhum peso que pode nos enterrar
Sob os fantasmas de todas as minhas culpas
Aqui no meu lado sombrio.
Aqui no lado escuro de mim

Eu não poderia dar-lhe o que você precisava
A culpa é toda minha
Eu sou muito covarde para acreditar que eu perdi tudo

Aqui no meu lado sombrio 

Arco-íris preto

Tu era tudo o que precisávamos
para acreditar em nossa dúvida.
A mágoa que permitiu
Juramos não acreditar nela, encontrar e espalhar por nossas memórias

Tu era tudo o que precisávamos
para acreditar em nossa dúvida
O pior que eu tenho é o medo.
Temos encontrado as linhas fechadas
em um grande desconhecido...
As palavras que deixamos de fora
E todo caminho
Mas você estava com medo
E todo caminho
A única coisa que pode pagar
E todo caminho
Mas estavamos com medo
Desejando que um dia pudéssemos ser forte

Acabou
Chegamos à parte, eu sei, você sabe

Coming apart

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Um facto insuportável (a unbearable fact - The gazettE)

Eu apago as luzes. 
Pensamentos que perecem.
Deformidade do amor. 
Relação de sangue distorcida.

A verdade:

Não consigo lembrar daquele sorriso
Então, não posso ouvir nada.

O vento bate  de maneira cortante e fria contra a janela
Uma utopia abriu-se de repente no fundo de minha consciência

Eu não preciso mais de nada como palavras
A "verdade" é insuportável.

Rasgando minha garganta
Para que ela não comece a transbordar
O que restou foram meus olhos que ficam loucos de desejo.

Eu não preciso mais de nada como palavras
A "Verdade" é insuportável.

Rasgando minha garganta
Eu vi isso na escuridão do meu mundo interior
Meus gostos e desgostos ficam suspensos no ar

Fico emocionado pelo que observo junto com a morte.
Meus olhos ficam loucos devido ao desejo desamparado.

Até que queime...

Uma vida evanescente
Nós escondemos o fim do tempo em nossos sonhos sobrepostos
Mesmo agora, o desejo girando aqui
Começa a fazer a minha mente enlouquecer

Em algum lugar ao longo do caminho, começamos a hesitar
Vamos olhar para um futuro em que destruímos a realidade
Onde fomos retidos
Unimos nossos sentimentos e esquecemos as palavras
Almas refinadas
Heresia da alta tensão

É o último alicerce
Aposto a minha vida
Faça um som tedioso
Tornamo-nos um
Quebre a parede

É delicado como vidro
Eventualmente, ele vai quebrar
É por isso que tem valor
Até que queime

A luz das cores neste cenário insubstituível
Grava o significado de estar aqui
Até o último

Uma vida evanescente
Eu digo para os dias da minha juventude "eu não posso mais voltar"
Mas até agora eu continuo a imaginar o meu sonho
No futuro que roda aqui

Então, enquanto eu viver
Esse sonho não vai acabar
Quebre a parede
Tornamo-nos um

Até que queime

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Cassandra Gemini VIII

O fundo do oceano está oculto de suas lentes...
Eu olhei profundamente à noite...
Toda a vida eu costurei as feridas.
Mas sementes fizeram brotar uma nuvem de lágrimas...