Viajar para que e para onde,
se a gente se torna mais infeliz
quando retorna?
Infeliz e vazio, situações
e lugares desaparecidos no ralo,
ruas e rios confundidos, muralhas, capelas,
panóplias, paisagens, quadros,
duties frees e shoppings…
Grande pássaro de rota internacional
sugado pelas turbinas do jato.
E ponte, funicular, teleférico, catacumbas
do clube do vinho, sorbets, jerez,
scanners, hidrantes, magasin d’images et de signes,
seven types of ambiguity,
todas as coisas perdem as vírgulas que as separam
explode-implode um vagão lotado de conectivos
o céu violeta genciana refletido
na agulha do arranha-céu de vidro
Mas ficar para que e para onde,
se não há remédio, xarope ou elixir,
se o pé não encontra chão onde pousar,
embora calçado no topatudo inglês
do Dr. Martens